Sinopse
No âmbito do programa de Portugal – País Convidado de Honra – na Feira Internacional do Livro de Guadalajara 2018
Desde Horácio, poeta latino do séc. I a.C., até aos nossos dias, Lídia é um nome maior de um personagem recorrente em toda a poesia europeia.
Na literatura Portuguesa, Lídia foi inspiração para poetas como Almeida Garrett, Filinto Elísio, José Tolentino Mendonça, Natália Correia, Sophia de Mello Breyner Andresen, e escritores como José Saramago, mas é sobretudo a Ricardo Reis que ela ficará intimamente ligada.
Na poética deste heterónimo pessoano, Lídia, é um pretexto para fazer ouvir a sua própria voz. Ela é uma mulher sem direito a resposta, mas a quem ele aconselha o usufruir do tempo como o correr de um rio.
Com um tom sereno, como quem deve ensinar, ele convida: Vem sentar-te comigo, Lídia (…) /depois pensemos (…) que a vida passa e não fica, nada deixa e nunca regressa (…).
Estas são também as premissas de toda uma geração de Orpheu, à qual Ricardo Reis pertenceu.
Sem olhar para trás, e sem que a minha lembrança te arda ou te fira, Lídia é a sua companheira de viagem, uma viagem que se deseja sem dor e direcionada para o futuro do tempo, como o que a dança, simbolicamente, sempre percorre com os seus passos.
Paulo Ribeiro e Luís Tinoco foram os criadores deste futuro, que celebra em Lídia o rio que, malgré tout, correrá sempre em direção ao mar.
Estreia absoluta
Lisboa, Teatro Camões, Companhia Nacional de Bailado, 7 de novembro de 2014
Paulo Ribeiro Coreografia • Luís Tinoco Música original • José António Tenente Figurinos • Nuno Meira Desenho de luz • João Ceitil Assistência Musical
Artistas da Companhia Nacional de Bailado Interpretação
Figurinos executados no atelier da CNB sob a orientação da Mestra Paula Marinho