OLHOS CAÍDOS + A TECEDURA DO CAOS + S – Digressão (Porto)

Sinopse
No âmbito do Ciclo Tânia Carvalho, apresentado entre janeiro e março em Lisboa pelo Teatro Municipal Maria Matos, São Luiz Teatro Municipal e pela Companhia Nacional de Bailado (CNB), Tânia Carvalho trabalhou pela primeira vez com os bailarinos da CNB num programa constituído por duas peças estreadas na Bienal de Dança de Lyon (França), Olhos Caídos (2010) e A Tecedura do Caos (2014), e numa nova criação, S com música original de Diogo Alvim.
Este programa reflete o olhar sobre o trabalho da coreógrafa cruzando diferentes territórios de expressão artística, e também a versatilidade interpretativa do elenco da CNB pela forma como se apropria do universo de Tânia Carvalho.
Depois da apresentação no Teatro Camões, em Lisboa, em fevereiro de 2018, a Companhia Nacional de Bailado regressa ao Teatro Municipal do Porto . Rivoli para dançar estas três obras.
OLHOS CAÍDOS
Nesta pequena peça, os dois bailarinos que a interpretam executam sequências coreográficas de uma precisão excecional. Sequências que usam sobretudo os braços, onde gestos rápidos e acutilantes se combinam com movimentos lentos mas contínuos, conferindo um ritmo musical ao trabalho. Os intérpretes alternam continuamente entre estar de pé ou deitados no chão, criando uma amálgama de planos definidos por braços e torsos que parecem dobrar-se e desdobrar-se, como se se tratasse de personagens de origami.
Jesús R. Gamo
DANCE EUROPE, novembro 2010
Estreia absoluta
Lyon, Ópera de Lyon, Bienal da Dança de Lyon
16 de setembro de 2010
Estreia CNB
Lisboa, Teatro Camões
22 de fevereiro de 2018
A TECEDURA DO CAOS
O corpo da Odisseia de Homero, olhado como o objeto monumental que representa por princípio algumas das leis fundamentais da poesia épica, é o de um percurso infinito de regresso que conduz a um reencontro e, por fim, a uma espécie particular de redenção do seu herói. A sua forma escrita põe em cena a fusão de uma crença inabalável e dos obstáculos que se erguem à sua frente, de uma esperança confiante e da dor trazida pela espera angustiada da união final. A sua forma movente, em contrapartida, quer traduzir esta intimidade do anseio e da luta constantes num abismo que é forçado a tornar-se um caos vivo. (…) A possessão que se apodera dos corpos aumenta até ao limite do tumulto e da loucura, até que se dissolve de novo e cede, entrega-se ao seu próprio desaparecimento. É a pura reciprocidade da eclosão e do apaziguamento. Assim é a consciência perplexa e frenética da dança, mesmo quando procura esquivar-se à sua vocação divina: ela persegue ainda, como é dito algures na Odisseia, o ato de percutir, de bater com os pés faiscantes no solo sagrado – mas agora virado do avesso e posto fora de si.
Bruno Duarte, 2014
Estreia absoluta
Lyon, Bienal da Dança de Lyon,
Hangar Les Subsistances,
setembro de 2014
Estreia CNB
Lisboa, Teatro Camões
23 de fevereiro de 2018
S
Em S podemos ver uma mistura de símbolos. Um contraste de formas. Um mesclado de estilos. Não de forma acutilante, mas aprazível, para que os contrastes entrem em harmonia.
Tânia Carvalho, 2017
Estreia absoluta
Lisboa, Teatro Camões,
Companhia Nacional de Bailado
22 de fevereiro de 2018