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Para cada temporada é construído e produzido um conjunto de imagens que comunicam e promovem os espetáculos da Companhia Nacional de Bailado. Um trabalho em conjunto que envolve equipas externas – designers, fotógrafos, criativos – e a equipa interna da CNB.
Ao longo das próximas semanas iremos recordar as imagens desses momentos e descobrir os processos, também de criação, de alguns dos fotógrafos que colaboraram connosco.
Fotógrafo, ator e cenógrafo, Bruno Simão é licenciado em Teatro – Formação de Atores, pela Escola Superior de Teatro e Cinema. Entre 2003 e 2010 trabalhou como ator e art perfomer, áreas que continua a desenvolver de forma mais esporádica, a par da cenografia. Realizou o Curso profissional de fotografia do Instituto Português de Fotografia de Lisboa e colabora em regime freelance com várias companhias e festivais de teatro, dança, música e cinema para o registo fotográfico das imagens de espetáculo e divulgação, tais como a Companhia Nacional de Bailado, o Teatro Nacional de São Carlos, o Teatro Casa Conveniente, o Teatro de Pesquisa Comuna, a Companhia Maior e outros criadores individuais.
Na primeira entrevista desta série, olhamos para aquela que foi a colaboração de Bruno Simão na criação das imagens das temporadas entre 2015 e 2019. Olhar para o seu trabalho é mergulhar num mundo de “experimentação de composições performativas sobre o movimento, a fragilidade, luz e trevas”. Lançámos-lhe três questões-chave para explorarmos a carga simbólica que transpôs para as suas fotografias com a CNB. Falámos ainda com João Campos, do Estúdio João Campos, para perceber como desenvolveu a composição gráfica final da imagem que chegou até si, até todos nós.
Corpo, Virtuosismo e Movimento (se quisesse compor uma frase seria “um corpo virtuoso em movimento”).
Em relação à procura e desenvolvimento dos conceitos fotográficos, foram uma mistura de propostas das direcções artísticas da CNB, como uma plataforma de arranque, que podia ter a ver com um conceito de movimento, de retrato ou uma composição semelhante à ideia de cada espectáculo, acrescido também de uma pesquisa da informação sobre cada apresentação e assim encontrando pontos de ligação a uma possível poética da imagem a criar.
Por fim, apoiando-me no meu universo fotográfico, tentei pensar em composições que bebessem toda esta informação mas sem deixar de privilegiar o meu toque autoral, que se pode descrever como uma experimentação de composições performativas sobre o movimento, a fragilidade, luz e trevas e principalmente sobre elementos invasores de um corpo que consequentemente o podem transformar em algo novo, de o fazer renascer como obra de arte, exemplo: tinta negra, água, terra, tecido, fumo, pó branco e outros tantos.
Uma curiosidade em relação a este processo e a tantos outros (que me agrada e surpreende sempre) tem a ver com a surpresa que todos os elementos apresentados provocam ao serem testados: a partir do momento em que a personalidade do bailarino, a sua relação com a luz, com o espaço e com os elementos invasores e a sua interpretação das minhas propostas se instalam, tudo muda, já não é igual ao que estava construído na minha cabeça e se muda para melhor, então é uma sessão incrível e muito satisfatória.
João Campos é a mente criativa por detrás das imagens que chegam até si a cada nova temporada da Companhia Nacional de Bailado. Colabora com a CNB desde 2008, ainda antes de criar o seu estúdio de estratégia de marca e design, o Estúdio João Campos, e o seu desafio é aparentemente simples, mas na realidade complexo: a cada nova temporada, desenvolver uma identidade visual, com uma nova carga simbólica e dinâmica, tal como a própria identidade e raíz da CNB.
“Trabalhar a comunicação visual da temporada de 2017/2018 sobre as fotografias do Bruno Simão — dramáticas, intensas, inquietantes — foi um privilégio absoluto. Conscientes da sua força e intencionalidade própria, assumimos o desafio de encontrar uma fórmula visual que nos permitisse trabalhar a informação textual num plano autónomo de leitura das imagens. Criámos, para isso, uma estrutura tipográfica semi-modular, repetida obsessivamente em todos os suportes gráficos, debaixo da qual as fotografias viviam de forma independente e em toda a sua glória. A dialética entre o tom teatral das imagens, trabalhado num preto e branco profundo, e a rigidez modular do bloco tipográfico, com os títulos das obras em cor viva, resultou numa solução marcadamente distinta, elegante e de grande impacto visual.” João Campos
“Numa perspetiva de continuidade, mantivemos, no essencial, os princípios que nos haviam guiado na temporada anterior, que privilegiavam a impactante dimensão humana das fotografias do Bruno Simão. Porém, porque uma nova temporada é sempre uma oportunidade de renovação, trocámos o preto e branco por cores vivas, com tons a tender para uma monocromia forçada digitalmente e de inspiração pop art. Tal intervenção nas fotografias ditou também uma abordagem atualizada à dialética entre a mancha tipográfica e a fotografia. Preservámos a estrutura semi-modular na organização da informação textual, mas trabalhámo-la de forma mais livre, ora complementando, ora desafiando, o movimento sugerido pelo trabalho fotográfico.” João Campos
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